Saturday, May 27, 2006

sem capa

contra o chão
sua bola de carne recontorcia-se para que, com os olhos, ache o pedaço de vida que lhe resta.

lá,
embaixo do que resta de um rosto ele finge que encontra, mas morre na primeira pedra-criada.

- Não morre assim!
ele não sabe qual ouvido, mas se faz empé.

- Não é assim!
não morria, assim ele pergunta:

- Quem vive?

Tuesday, May 23, 2006

algodão doce

nu vem
com gosto
de algo tão doce

som ninho.

era de 3 minutos
quando tinha
meus nos seus
sonhos

foi feito assim,
bola de sabão
em dedos
de papel

sempre visto
de gostos coloridos
um teu preto
no meu branco

Thursday, May 18, 2006

até onde você pode deixar?

- falaram na tv.
- eu ouvi.
- eu não acredito.
- nada é certo.
- eu seria certo.
- você não receberia um voto.
- mas ele recebeu.
- é que...
- ...agente samo inganado.

Tuesday, May 16, 2006

irismo.

- casa para dois.
- só?
- com quarto de domir.
- de que cor?
- branca, mas com algumas manchas de pé sujo na parede.
- cortina?
- não, mas poderia arrajar janelas pequenas.
- deseja mais algo?
- sim, um cinzeiro.
- mais alguma coisa?
- um paraqueda.
- com paraquedista?
- não, queria uma bailarina.
- certo, b-a-i-l-a...
- escreve com dois éris.
- ta, r-r-i-n-a.
- e me deixe um poema na porta pela manham.
- se não tiver versos suficiente?
- serve pão.
- pronto, deseja mais alguma coisa?
- não.
- então.
- o que fazemos agora?

Saturday, May 13, 2006

e, lê

esquece
teus vicios
na linguagem
dela

morre
na poesia
do peito
dele

d'ele n'ela
n'ele d'ela
e leu

Monday, May 08, 2006

de pressão

com fuso
de pensar
sem ti

Tuesday, May 02, 2006

sem.

deixa
a cortina
e vem
me censurar

um dia
o que
é ditadura
vai te matar.

transito

sai do carro, vem comigo
mostre possivel,
o conversar