Saturday, April 29, 2006

coesia.

foi de chuva
todo mal que fiz,
agua suja e vento
e um céu
(sem remendos)
era um fio, uma fita,
minha fenda de mar,
eu, rio, sem navegar
era bela,
de pano,
quando
carne
tinha
a alma
fedida

Sunday, April 16, 2006

ha-ver.

uma vez, quando menino
havia esquecido,
pois brincava de esquecer,
havia se perdido,
para sentir medo,
havia fumado,
pois flertava atenções,
havia chorado,
para leveza do lenço,
havia beijado,
pois era influenciavel,
havia calçado,
para ocupar os pés,
havia sido,
pois queria ser
esquecido.

Friday, April 14, 2006

auto-retardo/auto-retrato

- por favor, um espelho!
- eis o espelho.

olho nos olhos
da cor ouvi teu sabor
e
do rosto viu o cheiro.
com os dedos melados,
de tinta,
sujou os outros
de teu rosto

Friday, April 07, 2006

era

- era navio? ele me perguntou.
- não - eu respondi

foi tão simples mentir no escuro,
que meu medo do amanhecer apareceu.
eu gostava do medo,
era vivo e me deixava vivo,
como brasa, tabaco e seda.

foi engrassado
ver o fogareu morrer na agua,
pessoas pulando e fogos no céu,
foi como no reveilon - meu reveilon -
uma fulia no céu
em quanto na terra,
há na terra era eu,
eu e meus erros.

legal,
era navio!